terça-feira, 22 de julho de 2008

Quereres

Não quero lhe falar do que vivi
Nem de tudo que aconteceu comigo

Quero o verão imenso
Quero o livro mais intenso
Quero o sabor mais picante
Quero o som mais vibrante

Não quero levantar grandes questões
Nem filosofar o abstrato

Quero cores de Frida Kahlo
Quero pintura sem reparo
Quero uma foto envelhecida
Quero essa imagem refletida

Não quero lhe falar do futuro
Nem da nossa cegueira branca

Quero acreditar e sonhar
Quero acordar e realizar
Quero o efêmero instante
Quero a poesia constante

Carla Soares (Bah, alguém tinha que começar...)

4 comentários:

Guto Leite disse...

E alguém tinha que comentar primeiro, né? Gosto da idéia de nos pautarmos na minúcia, do próximo, do já... Abraço a todos e que seja o primeiro de muitos!

UFRGS Literatura disse...

E alguém tinha que comentar "por segundo", né?
Quantos nuances de vida em um único verso: "Quero cores de Frida Kahlo".
Eu também as quero!

Abraço
Orides

Iuri disse...

o que fazer com nosso querer?

Carla Soares disse...

Ah, meu querido Iuri, eu pelo menos tento realizar meus quereres. É claro que nem sempre é possível, aí também não sei o que fazer direito. Só sei que não dá para abandoná-los...