quinta-feira, 24 de julho de 2008

Os grilos

Essa caixa em que me encontro
Sufoca-me,
Tira-me o ar.
Queria poder gritar,
mas um grito cujas notas fossem ouvidas
por gentes reais,
Não por esses desenhos fantasmagóricos
que me espreitam, que me seguem
pelos resquícios de luz
que escapam de meus olhos na escuridão.
E os grilos, meus confidentes,
querem mais é serem ouvidos.
Enquanto minhas palavras morrem nessas frias,
Invisíveis, intransponíveis paredes.
E os fantasmas me espiam,
Impassíveis.
Finjo não vê-los, não sentí-los,
E sob a melodia griliana,
Adormeço. . .
Orides (alguém tinha que continuar...)

2 comentários:

Carla Soares disse...

Muito bom, Orides. Parabéns! Afinal, grilos e fantasmas: quem não os tem?

Abraço,
Carla

Iuri disse...

Gostei muito. Meio kafkaniano